Campeonato Mundial de Xadrez


Propriamente no século XVI no velho mundo existiam muitos enxadristas famosos, estes eram reconhecidos como os melhores de todo mundo, entretanto não tinham títulos que os exaltasse dos demais. Mesmo sem um campeonato mundial certificado, encontramos diversos nomes que são citados oficialmente como se fossem os verdadeiros campões mundiais desta época, entre estes aparecem: Ruy Lopez, Greco, Philidor, Deschapelles e La Bourdonnais e outros. Ao longo dos anos o xadrez fascinou os castelos e as cortes europeias, e até fora mesmo fora dos feudos reais, onde frequentemente aparecia um enxadrista a ser batido e desafiado. Como o personagem do livro ‘A máquina de xadrez’ escrito por Robert Löhr. Este personagem era chamado de Tibor Scardanelli, um exímio enxadrista, pequeno na altura, anão andarilho que errava pela Europa em 1769, contudo jogava xadrez por dinheiro pelos clubes, tabernas e cafés.



Foto: Enxadristas no café de la Régence em Paris-França


Porém, existiam jogadores, que frequentavam os clubes da época, que eram imbatíveis. Grandes jogadores que estavam sempre à procura de desafios. E em 1843, o famoso enxadrista francês Saint Anant visitou Londres a negócios e disputou uma série de partidas com Howard Staunton, no St. George’s Chess Club. Então, poucos meses depois foi disputado em Paris um “match” entre os dois enxadristas como revanche. Os encontros anglo-franceses estimularam Staunton, considerado “o melhor jogador de xadrez do mundo”, a lançar um desafio a St. Amant ou a qualquer outro jogador a disputar um match de 21 ou 41 partidas. E Staunton continuou desafiando e jogando em alto nível no período de 1841 até 1851, sendo que neste último ano na Grande Exposição de Londres, onde os mestres de xadrez reunidos pela primeira vez realizaram um Torneio Internacional de Mestres, quando Adolf Anderssen, natural de Breslau-Polonia, neste torneio se consagrou campeão de xadrez da Europa.

Mas, não tinha uma formalidade de que estes torneios europeus indicariam caráter mundial. Até que Wilhelm Steinitz, filho de um pobre rabino, natural de Praga-Reino da Prússia em 1866, depois de derrotar Adolf Anderssen, declarou: “– sou Steinitz campeão do mundo de xadrez”, que ficou em seu poder até 1894. Nos Estados Unidos em 1886 Steinitz ganhou um match contra Johannes Zukertort de 10 a 5, mantendo assim sua declaração de campeão. Entretanto de 1886 a 1946, historicamente o campeonato foi conduzido em uma base informal, com o desafiante tendo que vencer o campeão. Então, os clubes começaram a se organizar em entidades, para promover os desafios ao trono máximo do xadrez mundial. Em 1948 as disposições para a qualificação e entrada de um enxadrista mestre ao torneio de candidatos para desafiar o campeão mundial é matéria pertinente à Fédération Internacionale des Échecs – FIDE. De 1948 a 1993, a organização do campeonato foi administrada pela FIDE. Contudo, em 1993, o então campeão mundial Garry Kasparov rompeu com a FIDE e criou a Professional Chess Association (PCA), e consequentemente passou a organizar um campeonato paralelo. Esta situação durou até 2006, quando o título foi reunificado. Ainda em 2006, as duas entidades de xadrez foram unificadas. Para saber quem seria o novo campeão, a FIDE promoveu um match entre o campeão da FIDE (Veselin Topalov) e o da PCA (Vladimir Kramnik), tendo o segundo se sagrado campeão mundial. No ano de 2007, Viswanathan Anand venceu Vladimir Kramnik e em novembro de 2013, Viswanathan Anand perdeu o título para o jovem Norueguês Magnus Carlsen, à data, nº 1 do ranking, com um elo rating de 2870.

 Foto: Desafio de Sergey Karjakin contra Magnus Carlsen 

A cada dois anos o detentor do título tem que defendê-lo, então no ano de 2016, o campeão defendeu seu título diante do desafiante, russo, Sergey Karjakin, e manteve a sua supremacia. Mas, em 2018 o campeão deverá defender em novembro mais uma vez o título. E o desafiante já foi qualificado GM Fabiano Caruana, italiano-americano.

Não deixe de conhecer a lista de campeões mundiais, que temos em outra página deste site!

Campeonato Mundial de Xadrez Feminino

O Campeonato Mundial Feminino foi estabelecido pela FIDE em 1927 como um torneio único que acontecia durante a Olimpíada de Xadrez. A vencedora deste torneio, Vera Menchik, não tinha nenhum privilégio especial como a competição masculina tinha - em vez disso ela precisava defender seu título disputando tantos jogos quanto as suas desafiantes. Ela defendeu seu título com sucesso seis vezes durante sua vida: 1930, 1931, 1933, 1935, 1937 e 1939.

Em 2000 o evento final foi disputado no formato do campeonato masculino da FIDE, a campeã neste ano foi achinesa Xie Jun. Em 2001 um evento similar ao masculino (disputa entre a FIDE e a dissidência PCA) determinou a campeã: Zhu Chen. No campeonato seguinte, 2004, desta vez ocorrendo separadamente do masculino, em Elista, capital da República da Calmúquia, uma das repúblicas da Rússia. A vencedora foi a búlgara Antoaneta Stefanova. Da mesma maneira que Polgar, sete anos antes, Zhu Chen não participou do torneio por estar grávida. Em 2006 o título retornou para a China, com uma nova campeã, Xu Yuhua, que curiosamente estava grávida durante o campeonato.

Em 2015, Mariya Muzychuk se tornou a campeã mundial ao derrotar Natalia Pogonina no Campeonato Mundial Feminino de Xadrez de 2015. O título voltou para China em 2017, Tan Zhongyi conquistou o título após ter derrotado Anna Muzychuk.

Vídeo recomendado

Para conhecer os personagens das últimas lutas pelo título mundial recomendamos o vídeo do youtube intitulado "Torneio de Candidatos Round 14 - Karjakin x Caruana – Partida comentada". Veja o link:
https://youtu.be/X_3f-Ytdg6o


Autor: Paulo Sérgio e Silva
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