Como Estudar a Teoria das Aberturas
Sabemos que toda jornada começa com o primeiro passo e no caso da
jornada enxadrística começa com o movimento das brancas, que é completada com a
resposta das pretas. Este primeiro lance caracteriza o caminho a ser seguido
pelos contendores, este dá pista da tendência e linha de jogo a serem
desenvolvidas. Os demais movimentos desta fase inicial de jogo deverão ser
realizados dentro de princípios, que poderão ser seguidos ou não, pois não
existe uma regra rígida quando se trata de guerra. Mas, os princípios sempre
devem ser respeitados, porque o inimigo está bem ali e pode se aproveitar de
alguma debilidade mesmo que seja temporária. Então vamos nos propor alguns
conselhos aos principiantes para ajudá-los a estudar as variantes das
aberturas.
Figura 1 – Posição inicial das peças do jogo de xadrez
XADREZ – A PECULIARIDADE
DO JOGO
Como a
vitória no xadrez depende das regularidades lógicas, visto que aprender este
jogo significa desenvolver a qualidade do caráter e o hábito da meditação. A
visão combinatória, a percepção de posições e o conhecimento constituem o que
se poderíamos chamar de “base fundamental” ou a garantia da força de todo
enxadrista experiente.
No
processo de desenvolver esta capacidade especifica deve-se disciplinar o
caráter e a mente e se acostumar à concentração rígida e prolongada atenção.
Pois a apatia não tem lugar na contenda. Nela se tem de mostrar espírito de
explorador de negócio e ação inventiva incansavelmente. A inspiração e a
vitória acostumam ser alcançadas conforme seja a determinação em busca deste
fim.
A
estética do xadrez é um processo que se aprofunda na formação dos enxadristas
cada vez mais. Todas estas qualidades juntas terminam uma prolongada tensão
provocada pela vontade concentrada dos jogadores durante a realização do jogo.
XADREZ – COMO ESTUDAR
AS ABERTURAS
O
estudo da teoria das aberturas exige uma memória bem desenvolvida, pelo grande
número de suas variantes. Desde que são dados os primeiros passos pelo xadrez é
necessário exercitar a memória; isto não quer dizer que tem que decorar todas
as variantes. Seria como se uma pessoa se propuser a memorizar toda uma
enciclopédia, e assim, decidiu ler amiúde todos os capítulos da mesma. Os
enxadristas pouco experientes intentam a miúdo aprender as continuações teóricas
fundamentais da abertura e mais uma vez se surpreende de que este intento não
os facilita em sua prática posterior durante os jogos.
Sugerimos
aos enxadristas principiantes que faça um exercício: procure e acompanhe um dos
mestres enxadristas de sua simpatia e afinidade, veja nos livros antigos ou
contemporâneos, na internet, e observe que aberturas este mestre usa. Note que
o grande jogador começa de forma insistente com a mesma peça, com aberturas e
defesas que se repetem, e que somente em casos raros usa outro sistema.
Vamos
começar propondo ao juvenil enxadrista que defina com que peça vai começar o
jogo, isto é, qual a peça que vai mover quando estiver com o exército branco.
Como o grande mestre, mantendo as devidas proporções, você também pode criar
seu sistema de jogo procedendo como descrito no exemplo a seguir.
Então,
assumindo as peças brancas definindo, por exemplo, pelo peão do Rei, fazendo
“1.e4”. Terá que estudar as aberturas abertas caso as pretas respondam com o
peão do Rei em “1 ..., e5”. Então, as brancas seguiram movendo sempre “2.Cf3”.
Se as pretas defenderem o peão central com o cavalo “3 ..., Cc6”. E as brancas
se perguntam como vamos atacar? Seguindo de Ruy Lopez movendo “3.Bb5” e/ou
Gioco Piano movendo “3.Bc4”, abertura italiana. E se as pretas fizerem “3...
Cf6” característica da partida Russa (Petroff), as brancas devem decidir se
tomam o peão central ou respondem com peão da Dama.
Se as pretas
não responderem com o peão do Rei “e5”. E se as pretas responderem com um peão
na sexta casa “1 ..., d6” ou “e6” ou “c6” apoiando a instalação de um peão
central. Então, normalmente as brancas responderam com “2.d4”. Agora se as pretas
jogarem uma defesa “1 ..., Cf6, então as brancas devem mover “2.e5” defesa
Alekhine pouco usada, assim como outras, mas devem ser vistos os princípios
destas aberturas.
Esta
foi a visão se estivermos com as brancas, e se assumir as peças pretas. Então,
aqui se as brancas jogarem “1.e4” responderemos sempre com a defesa Siciliana
“1 ..., c5”, por exemplo, pois podemos adotar outra defesa tranquilamente. Mas,
agora vamos de Siciliana. Se as brancas jogarem “1.d4” posso definir que
responderei sempre com “1 ..., d4”. Vou ter que estudar o gambito da Dama com a
visão das pretas. Ou, definir responder com “1 ..., Cf6” e ter que estudar as
defesas índia do Rei. E assim, vamos definindo as possíveis linhas de jogo que
devo estudar. Sugerimos fazer uma tabela com estas possibilidades, tanto com a
visão das brancas, como a visão das pretas. Sabendo que depois deste trabalho
várias aberturas e linhas serão evitadas com possibilidades remotas de um dia
terás que enfrentá-las. Propomos que neste momento deixe estas de lado ou as
repasse rapidamente.
Concluído
o plano, faça as suas anotações em local de fácil acesso e que permita uma
atualização frequente. De posse do plano elaborado, lembramos que este não deve
ser fechado ou fixo, deve ser flexível e aberto as atualizações, porque o mundo
enxadrístico está sempre em evolução. Então, tendo a base de suas principais linhas
de jogo vamos aos livros, e-books, e depois às bases de dados dos programas de
computador. Estude e faça seus comentários seguindo sempre primeiro os bons
livros em papel ou em e-books e depois os “engines” dos programas database,
visto que os livros num primeiro momento oferecem os comentários explicitados,
conforme os autores analistas experientes, enquanto os “motores” dos
computadores dependem de alguma database, quase sempre uma fria estatística
para você tirar suas conclusões. Se este computador tiver comentário ele faz
referência a certo jogo, quase sempre feito às pressas no calor da competição.
Enquanto, os livros são frutos de análises mais aprofundadas e elaboradas, que
oferecem uma melhor ferramenta ao principiante. Não estamos dizendo que o computador
deva ser deixado de lado, visto que no estudo de finais e estratégias e
tácticas são verdadeiramente fundamentais. No caso das aberturas vamos devagar,
analisando os preâmbulos preliminares das aberturas. Tire um terço do tempo
diário de estudo de xadrez para as aberturas.
XADREZ – ESTUDAR OS
PRINCÍPIOS DAS ABERTURAS
Muito
importante é estudar os pontos que direcionam o comportamento dos contendores
nesta importante fase do jogo. Sabemos que o enxadrista deve ter em mente os
princípios gerais das aberturas lista a seguir:
1) O
jogador que estiver com as brancas na abertura tem como objetivo assegurar a
melhor posição. Enquanto, as pretas têm como objetivo a busca da igualdade.
2)
Mover as peças para influenciar o centro as casas “e4”, “e5”, “d4”,”d5”;
iniciando a partida com os peões e4 e d4.
3)
Mover as peças para contribuir para o desenvolvimento, principalmente, se esta
ameaçar alguma coisa.
4)
Desenvolver os cavalos antes dos Bispos, e evitar repetir o movimento de peças
devido à perda de tempo.
5)
Procurar a posição ideal para as peças, que estas tenham o maior alcance
possível.
6)
Movimentar dois peões na abertura, e não mais.
7)
Lutar e se esforçar para manter pelo menos um peão no centro.
8) Não
movimentar a Dama precocemente.
9)
Fazer roque do Rei o mais rápido possível, caso não tenha outro plano preferir
o lado do Rei.
10) Não
sacrificar peça sem motivo claro e imediato.
11)
Mover as peças em buscar de maior espaço territorial.
12)
Mover as peças para ligar as torres.
13)
Quando puder escolher, entre várias jogadas, dever-se-á optar por aquela que,
além de desenvolvimento de uma peça, contenha uma ameaça, visando restringir a
quantidade de resposta do adversário.
Neste
trabalho objetivamos explanar sobre a forma de estudo das aberturas, entretanto
existem outros temas que não devem ser esquecidos no estudo, para melhorar seu
desempenho. Sugerimos escolher um site e investir algum tempo treinando
táctica, pelo menos meia hora por dia. Desta forma, a visão será aguçada e a
intuição posicional será ampliada diante das diversas situações, para definição
da tomada de decisão. Também, não se esquecer de estudar finais de um, dois,
três ou mais movimentos.
Lembro
quando ia jogar um torneio sempre obtinha bons resultados nas aberturar, depois
que no dia anterior sempre dava uma lida nestes itens. Que estavam listados no
meu primeiro livro Xadrez Básico, livro este que aconselho para os
principiantes. Este livro é rico em conhecimentos que ainda valem até hoje,
depois de atualizações este ainda é o melhor livro para estudantes, conforme os
diversos assuntos apresentados.
BIBLIOGRAFIA
- Saidy, Anthony – La Batalla De Las
Ideas Em Ajedrez, Editora Martinez Roca S.A. – Barcelona 1973.
- D’Agostini, Orfeu Gilberto – Xadrez
Básico, Edições de Ouro – Rio de Janeiro, 1979.
Autor: Paulo
Sérgio e Silva
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