Xadrez, Damas e Rainhas poderosas


Para falar da mais poderosa peça existente no tabuleiro, que é uma figura feminina com grande poder. Poder este que foi adotado em torno do ano de 1450, para defender de ataques adversários o seu querido e amado monarca. Antes a Dama tinha os mesmos movimentos do Rei, e passou a ter seu poder bélico aumentado. Então, esta mudança no reino do xadrez também imita a história de reinados reais, assim vamos abordar os acontecimentos de algumas mulheres poderosas que se fizeram presentes na história de nossa civilização. Como estamos falando de reinado, abordamos nomes femininos que se destacaram no governo de suas nações. Sabendo que existem muitos exemplos outros, mas nos limitamos as personalidades citadas na sequência.

Figura 1 – Rainha do Egito e do mundo
No Egito, voltamos no tempo para encontrar Cleópatra (51 a.C.  – 30 a.C.), que chegou a ser a faraó do Egito, tendo em vista o grande poder de sedução. Era hábil estrategista e administradora, destacava-se por sua educação. Conhecia em torno de dez ou doze línguas e era famosa por conduzir seus encontros diplomáticos na língua de seus interlocutores. Aliou-se ao Imperador Romano Júlio César e foi morar em Roma até a morte dele, depois voltou ao Egito, para depois se relacionar com, outro Imperador, Marcos Antônio e se mudar para Alexandria. Recebeu diversos títulos e defendeu o Egito até o fim de seus dias.
Na China destacamos Wu Zetian (624 –705), que adotou outro nome quanto ascendeu ao poder Wu Zhao. Wu foi concubina do Imperador Taizong. Após sua morte, casou-se com o sucessor, Imperador Gaozong, em 655, porém tinha considerável força política antes desse. Depois de Gaozong's ter um derrame em 660, Wu Zetian tornou-se administradora da corte, uma posição equvalente ao imperador até 705. O legado importante da liderança militar e política de Wu Zetian's inclue a maior expansão do Império chinês além de seus limites anteriormente firmados penetrando na Ásia Central.
Outro exemplo é a Rainha da Escócia encontramos Maria Studart, (1542-1587), que governou a Escócia, assumiu o trono escocês em 1561. Casou-se em 1565 com seu primo Henrique Stuart, Lorde Darnleyque uma morte trágica envolta de mistério. E Maria Stuart se casou com Jaime Hepburn, 4.º Conde de Bothwellsuspeito de orquestrar a morte de Henrique, porém ele foi absolvido das acusações em abril de 1567. Neste mesmo ano, depois de uma rebelião, foi forçada à abdicar do trono.
Na Espanha a Rainha de Castela Isabel I(1451– 1504), apelidada de "a Católica", foi a Rainha de Castela e Leão de 1474 até sua morte, além de Rainha Consorte de Aragão a partir de 1479 e Imperatriz titular do Império Bizantino de 1502 até sua morte. Casou-se o príncipe Fernando de Aragão e, devido ao seu parentesco próximo, tiveram de pedir permissão ao Papa. Depois de uma luta para reclamar o seu direito ao trono,Isabel reorganizou o sistema de governo e da administração, centralizando competências ostentadas anteriormente pelos nobres; reformou o sistema de segurança dos cidadãos de tal forma que a taxa de criminalidade desceu drasticamente e levou a cabo uma reforma. As suas reformas e as que realizaram com o marido, tiveram grande influência mesmo fora das fronteiras dos seus reinos. Juntamente com o seu marido, Isabel participou na guerra de Granada expulsando os mulçumanos da Península Ibérica. Posteriormente decretaram também a expulsão dos judeus da região. Assim, Isabel e seu marido receberam o título de Reis Católicos. Acreditou nos projetos de Cristóvão Colombo, contra as críticas e reações políticas adversas da Corte e dos científicos. Depois do descobrimento da América em 1492, deu-se início a um processo de evangelização dos indígenas nativos. Isabel assinou o Tratado de Tordesilhas com Portugal (1494), onde Castela e Portugal repartissem o mundo.

Como estamos no Brasil, lembrei-me de uma figura feminina imaginária, que veio a minha mente. São as Rainhas de Bateria das Escolas de Samba, que a cada ano durante o carnaval, enriquecem a festa, tornando-a mais bonita e divertida para os foliões e espectadores. Nesta festa brasileira que encanta turistas do todo mundo. Composta de lindas mulheres, com seus corpos seminus, são um espetáculo à parte, exibindo suas silhuetas perfeitas, corpos modelados e esculturais, que exercem outra forma de poder que faz curvar os amantes da arte e os mais duros corações. De certa forma é uma poder momentâneo na avenida, guardado por um ano.
Figura 2 – Movimento do Rei e da Rainha (Dama)

Voltando ao xadrez, um pouco antes da descoberta do Brasil por Portugal, em torno de 1450, o xadrez passava por profundas mudanças, onde encontramos uma transformação especial. Não sabemos ao certo qual foi a inspiração, para tal transformação. Contudo, semelhante ao ocorrido nos exemplos citados acima, também no tabuleiro a figura feminina passou a ser dotada de um poder grandioso. Esta transformação fez com que o jogo se tornasse mais ágil e mais desafiador, motivo pelo qual alguns aficionados pioneiros ajustaram as regras para permitir que as Damas, Rainhas do tabuleiro, herdassem o movimento das torres, passando a correr quantos quadros quisesse sobre as fileiras verticais e horizontais, ao mesmo tempo adicionadas ao movimento dos Bispos, correndo as diagonais para frente e para trás. Antes de sofrer esta mudança, a Rainha tinha os movimentos discretos assim como o Rei atual. Observamos que de uma hora para outra, aquela figura que não passava de uma costela do soberano, passou a ter um poder ferrenho, como nas histórias de mulheres, que antes eram dadas como concubinas, parceiras e esposas de monarcas e imperadores e se tornaram as verdadeiras chefes, modificando a história de seu feudo, império, reino para todo sempre. Assim, guardando as proporções entre a realidade e o mundo imaginário de nossa luta enxadrística existe uma grande similaridade com o evento ocorrido em meados do segundo milênio. Pois, esta mudança radical nos movimentos de nossa Rainha adicionou ao xadrez muitas possibilidades, que segundo a história, para muitos este jogo passou a ser chamado de novo jogo: “xadrez da Dama furiosa”.


REFERÊNCIA

Autor: Paulo Sérgio e Silva
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