Xadrez, não desistir porque jogo é jogo
Este maravilhoso jogo de xadrez,
que mexe com nossa mente. E tem seu uso ampliado para a área terapêutica,
escolar, artística, cientifica e outras facetas, que até faz os aficionados
esquecerem que na essência este conjunto de peças e regras é um jogo. Mesmo
diante das discussões sobre se este é mais arte, ciência ou esporte. Hoje,
neste domingo pela manhã, 02/09/2018, assistindo um jogo da primeira divisão
brasileira de futebol, Flamengo contra o Ceará Sporting, onde o time que estava
jogando em casa tem um suporte financeiro seis vezes maior que o time
visitante. O visitante cearense é um time humilde do nordeste do Brasil. E no
Estádio do Maracanã estava um público em torno de sessenta mil torcedores
apoiando o time da casa, o Flamengo. E em certo momento da partida, o time de
casa chegou a ficar com uma posse de bola em torno de 80%.
Entretanto, no final do jogo o
time visitante com seu modesto quadro de jogadores, fez um gol na raça, e este
foi o gol da vitória. Depois do final de jogo, quando perguntaram ao comentarista
porque aconteceu isso, ele começou falando que se tratava de um jogo. – E que
jogo é jogo, nem sempre o mais preparado vence. E fique pensando num evento que
ocorreu no xadrez, quando representei a empresa que trabalhei num torneio enxadrístico
no começo dos anos 90.
Lembrei-me da reunião da equipe
de xadrez da empresa, dias antes de participar dos jogos, quando na
oportunidade foram discutidas as possibilidades de cada jogador. Quando meu
amigo José Leal falou. – Não esqueçam que tem um jogador fortíssimo, que era
campeão, ou, que já tinha sido campeão estadual, e vinha ganhando o torneio individual há alguns anos. E
só perdia o torneio de equipe, por não ter parceiros à altura. Mas, o fato é
que com base nestas informações e no histórico do torneio. Meus companheiros de equipe queriam definir na
análise o seguinte: que fosse considerada derrota se algum jogador de
nosso time cruzasse com o enxadrista campeão do ano passado. Não concordei, não
podia concordar com esta posição. Eles ficaram me olhando, e queriam mais
detalhes sobre esta posição. Desta forma, perguntei. – Xadrez é ou não é um
jogo? Eles confirmaram que sim. Então, se é um jogo existe uma possibilidade,
existe algo subjetivo, um fator humano, que só veremos jogando. Alguma coisa
pode ocorre e mudar o destino de uma partida, e o xadrez não estava fora desta
estatística. Pois, o campeonato ainda ia começar e todos os contendores estavam
em pé de igualdade, isto é, tudo ia começar do zero.
E assim analisamos o cenário com
derrota. E mesmo contrariados, achando que estavam perdendo tempo, também
analisamos a possibilidade com vitória. O torneio começou, e conforme o
esperado. Vejam no que deu. Na quarta rodada nos encontramos, eu e o campeão. O
jogo transcorreu normalmente, até que os nossos tempos estavam escassos, quase acabando.
E o nosso adversário estava com o tempo restante um pouco menor que o meu, e o
momento da verdade estava chegando. Tínhamos menos de um minuto para cada um,
já não estávamos anotando, e aceleramos nossos movimentos. Até que a seta do
relógio do meu grande adversário caiu. Então, prontamente apontei a queda da
seta e os relógios foram parados. Ganhei no tempo, e fomos repassar a partida e
atualizar as súmulas. E neste ano, ganhamos as duas modalidades: o individual e
o de equipes.
Só posso dizer que deste feito, podemos tirar
outro ensinamento. O xadrez como na vida existem as suas subjetividades devido
às limitações humanas, que estão presente durante o desenrolar de um jogo de
xadrez, ou, de um projeto de vida. Realmente, este jogo é um jogo! E voltei
para casa cantarolando a música da Simone:
“Desesperar jamais, aprendemos
muitos nestes anos.
Afinal de contas não tem
cabimento.
Entregar o jogo no primeiro tempo.
Nada de correr da raia.
Nada de morrer na praia.
Nada, nada, nada de esquecer...”.
Pensei. – Que aprendizado! Temos que correr atrás da vitória, temos que perseverar. Desde então, tive a certeza de que um jogo é um jogo, e a
gente só sabe o resultado final jogando. Isso é certo. Este texto teve como
objetivo registrar um feito inesperado do time de futebol cearense do meu
coração. E recordar de uma faceta parecida que ocorreu no xadrez, por certo
inesperada e atribuída aos deslizes humano dentro de um jogo. Também, acredito que notaram que
suprimi os nomes do torneio e outros participantes, pois infelizmente, não
encontrei as minhas anotações, para anunciar e ilustrar este texto com
documentos.
Para exemplificar um momento inusitado. Abaixo segue o link do vídeo do youtube (público) compartilhado, que mostra o campeão mundial cometer um equívoco e perde uma partida praticamente ganha. Inesperado erro do campeão mundial Magnus Carlsen, veja no link https://youtu.be/7Cv10qiYeGw
Autor: Paulo Sérgio e Silva
\PSS
Pelo que eu entendi o campeão acabou abandonando o jogo.
ResponderExcluirVerdade! Visto que qualquer jogador está sujeito a falha até o grande campeão do mundo. A beleza do jogo de xadrez está neste fantástico número de opções, que desafia o cérebro dos seres humanos. Obrigado por comentar!!
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