Falando de peças no xadrez


Atualmente, o belo jogo de xadrez é formado por trinta e duas peças divididas em dois grupos de dezesseis cada, um grupo tem cores claras, denominadas de brancas, e o outro grupo tem cores escuras, denominadas de pretas. E um tabuleiro quadrado de sessenta e quatro casas, 8x8, e estas casas quadradas têm cores alternadas claras e escuras, denominadas de brancas e pretas. Ao longo da história o jogo passou por adaptações, tendo em vista as influências culturais e religiosas dos povos por onde foi adotado por aficionados.
Figura 1 - Peças de xadrez de cores alternadas

Tem gente que diz: as "pedras do xadrez"; outras normalmente dizem: as "peças do xadrez". A primeira remonta ao antigo uso de ábaco, para contar com pedras, esta forma nos leva à expressão do latim “calculus”, que significa pedra. Daí vem a palavra cálculo, tão usado no xadrez. Esta forma antiga de chamar pedra, posteriormente passou a ser usada em outros antigos jogos de tabuleiro, como por exemplo: o jogo de Dama, que ainda hoje usam o termo pedras. Contudo, a segunda forma “peças de xadrez” é mais usual no jogo de xadrez moderno, sacramentada e oficializada na própria lei do xadrez.

Figura 2 - Desenho das Peças de Staunton

Estas peças são trinta e dois itens que compõem os dois exércitos de nossa batalha. Cada grupo é composto por dezesseis peças: oito Peões, duas Torres, dois Cavalos, dois Bispos, uma Dama ou Rainha e um Rei. Levando em conta a importância das peças podemos dividir em “peças maiores”, Damas e Torres, e em “peças menores”, Cavalos e Bispos. E quanto à forma, a entidade máxima do xadrez, FIDE, definiu na lei do xadrez, artigo 2.2, que a forma das peças modernas deve seguir o desenho apresentado por Staunton em 1849. Esta roupagem dada às peças é bastante aceita por não terem o formato humano, pois são entra em muitas culturas sem ferir os preceitos locais. O jogo como se fosse um camaleão vai se amoldando às exigências de cada povo: a cruz na coroa do Rei, em países não cristãos é substituída por outros símbolos, como: em países islâmicos a cruz, é substituída pela lua crescente do islã. Assim, a forma das peças atrai e encanta os enxadristas do mundo inteiro.

Recentemente, conversando sobre xadrez com meu irmão, que mora na cidade do Rio de Janeiro. Este me contou que retornou recentemente a jogar e estudar xadrez. Fiquei muito satisfeito com a notícia. Ele me contou que recebeu com alegria a oferta de um jogo de peças (pretas e brancas) de xadrez sem o tabuleiro. Segundo ele as peças estavam sujas mostrando que esse tesouro esperou anos e anos para serem resgatadas. E para usar as peças de imediato ele improvisou um tabuleiro com duas folhas de papel A4. Este jogo veio completar o desejo de voltar a jogar depois de tantos anos.

Durante esta aquisição. Ele me contou que se lembrou do início dos anos setenta, ainda nos tempos de criança, quando tinha 12 anos. Nesta ocasião morávamos com nossos pais na Rua Costa Souza, número 149, no bairro do Benfica, e tínhamos um vizinho conhecido por Zé Joca, filho de Dona Nega. – Esta história corrobora com o artigo deste site que escrevi: “Como aprendi a jogar xadrez”. E o mano Virgílio Ney continuou contando, que o Zé era maior e era o líder da Rua. E um dia ele nos reuniu para revelar uma grande novidade, o jogo de xadrez. E logo nos ensinou como mover as peças do xadrez de forma básica. Organizou até campeonato, onde ele era sempre campeão. Mas, dos quatro irmãos, somente você, o mano mais velho, se interessou realmente pelo mundo de Caíssa, tanto que se dedica até hoje; e eu, o terceiro dos irmãos, ficava a admirá-lo pela sua dedicação ao xadrez, e pessoalmente optei outros afazeres. Entretanto, neste ano de 2018, ao ler este blog, inconscientemente, um convite me incomodava, e o desejo ficou latente até encontrar um tesouro perdido de um conjunto completo de peças temáticas de xadrez, que foram deixadas em meio às tralhas em minha nova sala de trabalho, que há anos estavam encostadas, dentre os pertences de um amigo de trabalho. Ao vê o meu interesse, logo o amigo me ofereceu a possibilidade de resgatá-las por uma taxa simbólica.

Gostei da história do resgate das peças de xadrez, quem veio revelar ao mano um desejo de entrar no jogo de xadrez, para se desenvolver e encontrar amigos, e porque não, para se encontrar. Desafiando seu oponente e por tabela desafiando a si mesmo. Então, vi o quanto é importante a informação, quando alguém manuseia estas peças, movimentando daqui para lá, e de lá para cá; e começa a entender como é fantástico e desafiador este jogo. Ou, simplesmente pegar um problema de xadrez, e ficar estudando por horas a posição das peças até chegar à solução. Ou, também apenas tentar desenhar uma peça em especial. Isto é, as peças físicas, ou imaginárias, sempre ti darão uma posição desafiadora nem que seja para dar o primeiro lance.


Bibliografia

Horton, Byrne J. – Moderno Dicionário de Xadrez, IBRASA, São Paulo, 1973. 

Autor: Paulo Sérgio e Silva
\PSS

Comentários

  1. Mano, boas e eternas lembranças de criança. Foi Importante saber o quanto de valor tem o xadrez na história da humanidade e da nossa.

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