Xadrez Jogo de Peão
A peça que
representa no reino o proletário, no exército o soldado, a peça de forma mais simples, inicialmente a menos valiosa, a menor em tamanho e a de maior quantidade no tabuleiro. A palavra peão originária do latim vem de pes, que significa pé, então peão é
a pessoa que anda a pé, no exército refere-se ao infante. No idioma persa a peça
era denominada Piyada e no árabe Baidaq, ambas com o mesmo significado em sânscrito. Na maioria dos países europeus a peça tem o nome ligado
a infantaria,
sendo peon em espanhol, pedina em
italiano, bauer em alemão e pawn em inglês.
COMO SE MOVIMENTAM
Esta pequena peça marcha sempre para frente,
não voltam. Estão predestinadas a ir para frente e não voltam para corrigir o engano. Em seu primeiro movimento a partir da segunda fileira, o peão pode saltar
uma ou duas casas para frente conforme a vontade de seu condutor. Uma vez
movimentado caminham apenas uma casa para frente, desde que a casa à frente
esteja vazia. O peão ataca uma casa em diagonal para frente, direita e
esquerda, como se fosse um soldado com sua baioneta ou espada, que ataca os
flancos de seu adversário.
Figura-2 - Como os Peões atacam
No século dezesseis esta peça recebeu a possibilidade de capturar “en passant” outro peão, quando este se encontrar na quinta fileira e seu oponente fizer um movimento de duas casas. Então, no lance seguinte, não podendo deixar para outra oportunidade, este peão pode capturar o peão movimentado.
Figura-3 - Movimento especial "en passant"
Observe na Figura-3/Diagrama-1 que o peão preto ainda está em sua casa de origem, e o peão branco está na quinta fileira. O peão preto é movimentado duas casas para frente. Na Figura-3/Diagrama-2 o peão preto foi movimentado, no lance seguite o peão branco ataca a casa ultrapassada pelo peão preto. E na Figura-3/Diagrama-3 o peão branco realiza a captura do peão preto.
QUANTO A IMPORTÂNCIA
No início do
jogo cada jogador tem oito peões, que ficam postados na segunda fileira de cada
exército. Destinados aos primeiros movimentos das aberturas e consequentes
combates iniciais, podem formar verdadeiras muralhas na proteção do monarca.
Na base de dados do site “chess.com” em pouco mais de dois milhões de jogos encontramos 99,86% de partidas que tiveram seu primeiro lance de peão, então os movimentos destas pequenas peças definem o tipo e a cadência do início de jogo. Na teoria das aberturas vamos encontrar os diversos sistemas empregados, que usam os peões para abrir caminho para as outras peças e conquistar espaços, principalmente, dominar o centro.
A medida que o jogo avança o valor vai aumentando, pois a formação dos peões e a posição que as pequenas peças ocupam no tabuleiro podem definir o destino da contenda.A estrutura de peões formada ao longo da luta vai fatalmente definir o destino deste ou daquele reino. A medida que estes vão avançando no território inimigo o risco de captura aumenta, contudo no final existe uma recompensa. Quando o
humilde peão atinge a oitava fileira, este é coroado podendo se transformar em
Cavalo, Bispo, Torre ou na poderosa Rainha (Dama), conforme a escolha do
condutor do peão.
ALGUMAS CONOTAÇÕES DADAS AOS
PEÕES
Com base na
sua posição o peão pode receber diversas conotações, como:
· Peão atrasado – é uma debilidade posicional, quando o peão
estiver no final de uma cadeia, e ele está desprovido de apoio de outro peão e
com sua casa à frente atacada ou bloqueada;
· Peão avançado – quando este estiver na quinta fileira, ou além,
mesmo que não seja passado, mas represente um ganho de território;
· Peão bloqueado – peão obstruído que não pode avançar, podendo
representar uma debilidade de menor ou maior grau;
· Peões dobrados – aqueles peões de mesma cor que ocupam a mesma
coluna.
· Peão de gambito – quando o peão é sacrificado na abertura,
quando o jogador adota um gambito ou contra-gambito;
· Peão isolado – aquele que não tem peão de seu exército nas
colunas adjacentes;
· Peão passado – aquele que não tem peão adversário bloqueando ou
atacando as casa à sua frente.
Figura-4 - Desenhos de peões de xadrez ao longo da história
FINAIS DE PEÕES
Os finais de
peões devem ser estudados com afinco, visto que a posição dos mesmos nos finais
pode ser decisiva, onde um movimento significa a diferença entre o sucesso e a
derrota. Existem diversas composições de finais, como: peão e Dama, peão e Torre, peão e Cavalo, peão e Bispo, aliada as diversas composições de peças e números de peões. Mas, nada é mais facinante na teoria dos finais, quando as outras peças saem e ficam apenas os peões além dos Reis. Nestes finais os peões ilustram este momento da partida com um poder
inigualável. Algumas vezes a gente se frustra, quando acha que ganhou e na verdade vem um empate, como senti no final dos anos oitenta, até comprei o livro, “Finais de Peones” de
I. Maizelis, por indicação de um amigo. Para vê uma posição de peões muito interessante, que não consegui
ganhar jogando com um peão a mais. No diagrama está o final similar ao da minha
partida. Posição esta apresentada pelo Sr. Frantisek Dedrle (Czechoslovakia/Moravia,
1878-1957) em 1925. Depois que a gente vê a teoria fica fácil saber porque a vitória não
veio.
A posição do Diagrama-4 apresentou algumas controvérsias, quando de sua apresentação, visto que a
afirmação era de que o Rei branco não poderia passar da fileira sete (7), pois
o Rei preto tomaria a oposição à distância e o jogo estaria empatado.
Entretanto, analistas concluíram que existe a manobra com o Rei branco na
oitava fileira para chegar próximo da coluna do Peão preto, para então marchar
até a casa d5, nos costado do Peão preto, sem entregar a oposição para o Rei
preto.
Se não tiver
esta informação o jogador das brancas tentará chegar o mais rápido possível e
entregará a oposição e deixará de ganhar a partida.
VÍDEO ILUSTRATIVO
Neste vídeo do Matias-Iniciativa xadrez, ele apresenta algumas regras sobre finais de Rei e peão.
BIBLIOGRAFIA
Horton, Byrne J. – Moderno Dicionário de Xadrez, IBRASA, São Paulo, BR, 1973.
Maizelis, I. – Finales de Peones,
Ediciones Martinez Roca, Barcelona, ES, 1969.
Reinfeld, Fred - Ataque e Contra-ataque no xadrez, IBRASA, São
Paulo, BR, 1980.
Autor: Paulo Sérgio e Silva
/PSS
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