Homenagem às Iracemas e Rainhas do Xadrez no Mês da Mulher


Neste mês de março foi comemorado o dia internacional da mulher. Aproveitando meus dias aqui em Fortaleza no Estado do Ceará, encontrei um livro muito interessante e propicio para esta época do ano. Que reli em dois tempos, enquanto verificava algumas partidas do Campeonato de Xadrez feminino dos Estados Unidos transmitido pela internet. Este livro se enquadra muito bem no misto de homenagem às mulheres, ao Estado do Ceará e também esta relação tênue com o mundo do xadrez, que apresenta uma figura feminina central e forte. Que luta até o fim por sua liberdade e pelo seu amor.




Quando li pela primeira vez ainda na adolescência ficava imaginando como seria vir de Portugal nas caravelas e viver entre os índios, com suas guerras. Uma cultura exótica e costumes próprios. E por outro lado, como seria viver nas praias e nas matas do Ceará e receber gente vinda pelo mar em uma grande canoa, usando roupas estranhas, e armas mortíferas. Era legal ficar imaginando como seria a visão por diferentes pontos de vista, e observar os locais citados no texto comparando com o mapa de hoje. – Muito legal!

O livro Iracema do escritor José de Alencar foi escrito para explicar o nome do Estado do Ceará.
Então, vamos resumir a história, para vê como é interessante.

No século XVI nas terras cearenses. O português Martim, amigo dos índios Pitiguaras, anda sem rumo por três dias perdido pela mata. Repentinamente, ele encontra a bela índia tabajara chamada de Iracema, que se assustou e feriu o forasteiro no rosto. Quando vi que ele não reagiu se arrependeu e o ofereceu ajuda. Martim é recebido na cabana de Araquém, pai de Iracema. Esta índia oferecida a Tupã tinha o segredo da Jurema, e que preparava o licor do Pajé agora encontra o amor. Contrariando o voto de castidade a Tupã. O casal é obrigado a fugir e é ajudado pelo amigo Pitiguara de Martim, Poti. E são perseguidos por Caubi, irmão de Iracema, e outros guerreiros Tabajaras chefiados por Irapuã. Ao findo desta fuga os Tabajaras e Pitiguaras se encontram, e Iracema luta contra seus irmãos Tabajaras, que perdem a luta. Iracema não aceita morar dentre os Pitiguaras, então Martim procura um local afastado próximo ao litoral, para morar com a índia dos lábios de mel. Pro três vezes faz incursões para lutar junto ao seu amigo Poti e os Pitiguaras contra os Tabajaras. Entre uma campanha e outra Martim fica dividido entre o amor a bela nativa e a saudade da terra além mar. Enquanto Martim lutava com seus amigos a bela índia Iracema fica em sua cabana. E a Jandaia um pássaro nativo, fazia companhia à Iracema, e todos os dias gritava o nome de Iracema sob a palmeira. Iracema ficou grávida e quando Martim voltou de sua última luta, encontrou Iracema agonizando, que só teve tempo de entregá-lo o filho antes de morrer. Então, Martim pega o filho e vai para a sua terra natal. Depois de quatro anos ele volta e retoma a amizade com Poti e os Pitiguaras, e não esquece a amada. De vez em quando retorna ao local onde morava com Iracema. E observa que a jandaia já não repete mais o nome dela. E termina concluindo que tudo sobre a terra passa.
Com esta história o grande escritor José de Alencar, conhecedor da língua tupi, afirma que Ceará é oriunda da palavra Siará, e que significa “onde canta a Jandaia”.

Essa foi uma homenagem ao mês da mulher. E também aproveitei o momento para relembrar a leitura de uma das obras que marcaram minha adolescência. Que assim como o xadrez alimentaram meus sonhos.

BIBLIOGRAFIA
- Alencar, José de  – Iracema. Coleção Grandes Mestres da Literatura Brasileira, Editora Escala – São Paulo, 2005.

Autor: Paulo Sérgio e Silva

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