Xadrez, tem jogador que não abandona e prefere perder por xeque-mate.
Desde o início o que me fez admirar este
magnífico jogo foi o respeito que os jogadores devem ter uns para com os
outros. É quase como se fosse um lance, ou mesmo, uma regra enxadrística. Contudo,
o uso da lei do xadrez à risca pode ensejar em algumas situações uma discussão
ética. Como o momento do reconhecimento de que a partida está perdida e resta
apenas desistir. O abandono do campo de luta enseja o respeito ao adversário, e
por tabela, aos demais figurantes de um torneio, por exemplo. Estancando a
agonia, evita-se assim o velho dito popular: “malhar em ferro frio”.
Reconhecer que perdeu e reverentemente deitar o
rei, sempre me pareceu uma atitude nobre. Seguindo com o cumprimentar ao
oponente, e o rito pós-luta de discutir como foi o embate. Depois estudar para
que esta situação não venha a se repetir.
O saber perder é um ato heroico, realmente uma verdadeira virtude, que
deve ser exercitada, a fim de mostrar o quão é grandiosa uma partida de xadrez.
Este rito não apaga a dor de uma derrota, mas a transforma numa oportunidade, logo
que o fato é consumado.
Mesmo envolto com esta capa de virtudes, existe
o outro lado, onde encontramos os sentimentos não tão bonitos do ser humano.
Como o jogo é uma guerra, as armas estão postas na mesa. E alguns jogadores
lançam mão de uma forma sutil para de alguma forma atingir o outro jogador: o
uso do tempo. Mesmo com sua partida perdida, este usa o tempo em sua totalidade.
Fragorosamente derrotado, mas está ali há ocupar o tempo que lhe é de direito,
mas de fato este já não o pertence mais. Podemos deduzir que jogador numa
situação desta deve pensar o seguinte. – Se quiser ganhar o jogo que dê
xeque-mate.
Sabemos que nem tudo que está na lei é ético. A
lei define limites, contudo o bom senso rege a relação moral e ética das
atitudes. Voltando ao nosso assunto, não quero dizer que sempre que alguém esteja
demorando bastante na sua vez de jogar está tomando tempo de seu oponente, só
porque sua posição é inferior. A situação que nos referimos é aquela em que o
jogador está muito inferiorizado na posição e no material, sem pressão de
tempo, sem duas peças, o rei exposto, a dama presa, ou esta rainha já se foi do
tabuleiro. Mas, o jogador em vias de ser derrotado está ali firme e forte. “– Uma
impassível lua cheia...”, como diria o poeta Vinícius de Morais. Postado no jogo, ainda jogando como se a
partida estivesse começada agora. E o jogador com a vantagem vai ter que dar
xeque-mate se quiser vencer. Nada de abandonar e deixar a vida seguir, a
questão é pagar para ver, se não ocorre algum fato que mude a história.
Esperando um possível grave erro.
Para ilustrar, nestes dias joguei duas
partidas, onde o meu oponente levou as partidas até o final, xeque-mate sem
constrangimento. Possivelmente, o sentimento ficou de lado e foi conduzindo um
final de partida como se fosse um programa de computador. Difícil entender este
posicionamento, mas não tiraremos o direito dele lutar até a morte honrosa, ou
não, conforme o regulamento.
Mudei o nome do oponente para "Friend", a fim de preservar a identidade do mesmo.
Espero que tenham curtido as partidas. E caso queiram jogar pela internet temos o site "chess.com", é muito, muito divertido.
Referência:
Referência:
Estas análises fiz no ambiente do "chess.com" o qual sou filiado.
Autor: Paulo Sérgio e Silva.
\PSS
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