Xadrez - minhas atividades durante a pandemia.

Agora são todos contra um inimigo comum, o invisível invasor que se manifestou no oriente e veio para o ocidente desafiando as liberdades individuais e sociais. Impondo mudanças de comportamento social e comercial. Fazendo uma rede do bem e solidariedade correr o mundo, muita gente boa se solidarizando com os mais necessitados. Pessoas aprendendo com o lado bom de ajudar e fazer o outro feliz. Entretanto, também mostra a dureza, e o lado vil de certos governantes, que esquecem o lado humanitário. Por certo, vamos crer que o mundo saia melhor desta adversidade, como outras que o mundo já passou. E que o velho xadrez, também, sobreviveu e viu estas dificuldades ficarem pelo tempo. E mantendo o tema do xadrez vivo, escolhi um jogo de xadrez de Bobby Fischer de 1958, para ilustras nosso texto. Eu ainda não tinha nem nascido, quando da realização desta partida realizada na Eslovênia. Contudo, sempre que vejo os jogos do grande jogador Bobby Fischer vem à mente a história dos dias da guerra fia. Dias pesados com o mundo polarizado entre duas ideologias antagônicas, onde existia sempre o ar do bem contra o mal, do mocinho contra o bandido, ou, do azul contra o vermelho. Quem não estava de um lado, estava do outro. Aparentemente simples, mas sofrível. Isso de certa forma mexia com a vida de milhões de pessoas, tudo era motivo para uma disputa. A crise estava no ar.



E estamos noutra crise mundial, agora as nações não têm um lado “A”, nem um lado “B”. Pessoalmente, a minha rotina mudou, e neste momento de pandemia não tem sobrado muito tempo, para eu jogar o meu xadrez, contudo todo dia tenho o meu momento de xadrez no “chess.com”. Antes da quarentena eu tinha a seguinte agenda para a manutenção do meu nível enxadrístico. Pelo menos tinha que acessar no site duas vezes ao dia, no mínimo; praticar trinta minutos de treino tático por dia; uma vez por semana estudar aberturas no mínimo uma hora, ou analisar uma partida minha concluída; duas vezes por semana reservar uma hora para estudar finais em livros, revistas, programas de computador ou no site “chess.com”. Consequentemente, meu rating aumentou 250 pontos em um ano, e estava numa crescente, contudo com a pandemia reduzi minha atividade de estudo, para abrir espaço para outras tarefas. Assim, neste período de confinamento perdi minha quinta partida. E o curso de violão que ia começar em março deste ficou para uma próxima vez.

Então, para dar uma ideia como vou passando por esta crise mundial. Vou descrever a minha rotina do meu dia de quarentena. Meu dia tipo tem sido assim: sempre acordo pela manhã em torno das seis horas, quando os raios de sol estão se enveredando dentre as cortinas, contudo o quarto ainda continua aconchegando com pouca luz. E lá vou eu, para o banheiro escovar os dentes e lavar o rosto. Troco de roupa. Tiro o pijama e já coloco a roupa da caminhada de segunda a sexta, domingo é dia de missa pela televisão. A inovação no vestuário são as meias que as ponho sem os tênis, agora vou de meias e chinelos. Com esmero cuidado saio do banheiro, deixando a porta do closer levemente aberta, para o ar frio do amanhecer invadir o quarto. Caminho sorrateiro até o escritório ainda com pouca luz, entretanto o relógio, walkman, boné e a garrafinha d’água já estão colocados no canto esquerdo da mesa próximo da porta. Pego os objetos sem fazer barulho. E sigo pelo corredor, quando chego à sala dou uma olhada rápida, para vê como estão o tempo e as janelas, depois vou para cozinha. Fecho a porta e ligo o rádio na CBN, para ouvir as notícias, encontro o rádio sempre numa canal de música, e ajusto o mesmo. Separo os ovos para o café da manhã de Terezinha e minha sogra. Retiro os frutos que quero o primeiro sempre é o limão para ser tomado em meio copo d’água, este não pode faltar. Uso o liquidificador para fazer um suco, e outros frutos como manga e banana são uma constante. Depois de pegar o primeiro tempo do café da manhã, deixo tudo no lugar, desligo o rádio e pego meus apetrechos. Abro a porta da cozinha e pego as chaves. Não se esquecer de encher a garrafa d’água. Saio pela porta de serviço, deixo os chinelos junto à porta e pego os tênis. Agora sim o uniforme está completo. Sempre uso as escadas, vantagem de se morar no apartamento 200, terceiro piso. No térreo passo pelo serviço e pelo hall social, uso somente a mão direita para acionar os botões de liberação e empurrar as portas. Vou para a área de lazer, quase sempre não tenho companhia no jardim. Algumas vezes aparece o empregado do condomínio de passagem, cumprimenta e vai fazer suas tarefas. Vou a pia lavar as mãos e a garrafa d’água. Em seguida ligo o walkman e vou caminhar, no momento estou dando prioridade a ouvir textos em inglês. Marco o tempo e começo minha peregrinação pelo jardim mudando as rotas, contornando a piscina e entrando pelo salão pequeno de festas. Quando começa a chover vou para o salão de festas e fico caminhando na área coberta. Completado o tempo de quarenta ou sessenta minutos, desligo o walkman e volto pelo mesmo caminho. Quando chego ao apartamento, lavo as mãos com água e sabão, e passo álcool em gel nas chaves. Vou tomar um banho, é o tempo que o pessoal está acordando em torno de oito horas. Depois do banho vou pegar o segundo tempo do café da manhã, granola e iogurte e sementes com aveia. Neste meio tempo o pessoal está chegando para tomar o café da manhã. Pela nossa lista de tarefas, a louça do café da manhã sempre ficar com minha sogra, Dona Tetê. Tranquilo, volto ao escritório para fazer minhas tarefas do curso de inglês, e também acessar o site do chess, xadrez diário. Finda as tarefas de inglês vou dá uma olhada na lista, qual é minha atividade hoje lavar banheiro, hall de serviço, ajudar na cozinha é todo dia. Até que estou aprimorando meus dotes culinários. Pela lista de tarefas, a louça do almoço sempre é do Paulinho e Alexandra, estou tranquilo. Terezinha ficou com a parte de mercantil, lavar e engomar roupa. Durante a tarde sempre tiro um tempinho para dormir, depois tem minha leitura indispensável, em seguida atualizo o meu diário ou o blog e outras atividades demandadas. O jantar fica a cargo de cada um, exceto às sextas-feiras e aos domingos, pizza e sanduiche, respectivamente. Agora a louça do jantar sempre é minha. A lista de tarefas veio organizar as coisas, sem a vinda de nossa secretária doméstica. Relembro que até a quarta semana de quarentena tudo foi bem, devido à novidade, possivelmente. Depois começou a complicar, quando se falava em fazer isso ou aquilo, começava a reclamação e a discussão, as quais estavam piorando com o passar do tempo. Nada como organizar. Na lista estão as principais atividades. De todas as tarefas tem uma que requer cuidado: receber e higienizar as compras e garrafões d’água. O resto é tranquilo. Depois do jantar, tenho um tempo para falar com a família e verificar as mídias sociais, algumas vezes vê parte de uma live ou jornal. Como o curso de inglês e as tarefas tomam toda manhã tive que parar com o treino tático de xadrez no “chess.com”. Estou planejando que depois dessa fase voltarei às táticas e ao meu cronograma normal de estudo.

Vamos vê agora esta partida muito interessante entre Robert J. Fischer e Bent Larsen, realizada em Portoroz na Eslovênia ao sul da Austria e a leste da Itália, pela oitava rodada do Torneio Interzonal de Portoroz, onde o GM Larsen se vê perdido em pouco mais de vinte lances e vai levando o jogo. Não abandonou porque seria humilhante ou tinha uma esperança de uma falha do condutor branco. Mas, seu oponente estava implacável. Não errava, e deu cabo da partida em trinta e um lances. É bem legal, aproveite! 




O xadrez é um jogo antigo muito afeito ao computador, que veio para dar asas a este maravilhoso entretenimento. Nestes dias de confinamento encontramos muitas transmissões via internet online referentes ao jogo de xadrez. Nunca tinha visto tantas, mas vamos com calma, visto que é impossível vê todas. As novas atividades domésticas tomam boa parte do meu tempo, também estou dormindo mais cedo pelo menos uma hora e meia do que era de costume, para ajudar no controle do meu peso corporal. Para finalizar nosso interlóquio. Acredito piamente que todos nós vamos passar incólumes por essa pandemia, inclusive, você que está lendo agora. Felicidades!

Observação
-   Sobre a pontuação dos lances temos por unidade o “peão”. E quanto o sinal do número: se for positivo significa vantagem do time branco e se for negativo vantagem do time preto. Por exemplo: +0.50, significa que o branco tem vantagem de meio peão nesta posição.

- Esta análise foi feita por mim no ambiente do "chess.com" o qual sou filiado. Espero que tenham curtido a partida. E caso queiram jogar pela internet, temos o site "chess.com", é muito, muito divertido.

- A anotação das Peças= inglês/português:  Torre=R/T; Cavalo=N/C; Bispo=B/B; Dama=Q/D; Rei=K/R; Peão=P/P; 

Referência

- Fischer contra Larsen em 1958

Autor: Paulo Sérgio e Silva
\PSS



Comentários

  1. A prática de xadrez é uma boa em tempos de pandemia...

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  2. Com certeza! É um ótimo passatempo, a gente nem vê o tempo passar, pode ser jogando, vendo lives, cursos ou mesmo no youtube vendo alguns vídeos de partidas. Contudo, não devemos nos esquecer de outras tarefas que suportam nosso cotidiano. Um grande abraço!

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