Viagem e aprendizado em Amsterdã

Nestes dias conclui duas partidas contra um oponente holandês, as quais terminaram empatadas. Isso me fez lembrar a bela cidade que é Amsterdã. Com seus canais, monumentos, museus e muitas bicicletas, e uma cultura rica formada de uma fantástica história. Imagine uma cidade com indicio de que começou a se formar pelo século IX. Fui à Holanda na minha viagem do ano passado (2019), quando tive a oportunidade de visitar este país, o qual o guia definiu por uma palavra: “tolerância”. Nesta viagem, fiquei um pouco desapontado, pois em minha agenda não tinha nenhum contato naquele país, para trocar umas palavras com alguém conhecido, e quem sabe obter indicações sobre uma visita a um clube de xadrez local, ou, mesmo um museu neste tema. Pena que só neste ano fui emparceirado com um enxadrista de Amsterdã. 

Figura -  Composição de fotos de Amsterdã 2019

Antes de comentar como foram as partidas de xadrez contra este amigo holandês. Vamos falar um pouco sobre a experiência incrível de conhecer um novo país. Não só para saber sua história, mas se aculturar sobre os costumes, e se enfronhar no que este povo tem de melhor. Nem tudo foi tão romântico. Também, encontramos viajantes que levam de casa os costumes e sua educação, entretanto estes não respeitam as regras e os costumes alheios. Gente subindo nas estátuas para tirar foto, dita “self”. Como diz a sabedoria popular: “o que se aprende em casa vai à praça”. E a gente vai observando as coisas, pois tudo é um aprendizado, e vamos filtrando o que não serve e guardando o que é bom. E também, encontramos boa educação, gente que cuida e preza pelo respeito ao espaço e ao direito do outro. Como foi dito, este é o país da “tolerância”. Lembrei-me de uma situação, quando de um passeio de barco por Amsterdã. Constantemente vinham alguns turistas, neste caso, fotografando e filmando tudo e entravam entre os bancos e ficavam na frente das pessoas, encobrindo a visão, como se o assento estivesse vazio; e quando o prédio ou monumento passava e surgia uma imagem interessante do outro lado da embarcação, rapidamente mudavam de lugar. Muita gente não reclamava, mas uma pessoa começou a reivindicar seu direito, através de leve toque, sem palavras, pediam que os mesmos respeitassem o espaço e saíssem da frente. E eles entendiam. Assim, outros seguiram o exemplo e os fez vê que precisavam se comportar. Achei muito interessante, a questão do leve toque. Num dos passeios passamos por um tabuleiro gigante de xadrez, eu fica próximo do museu dedicado ao jogador Max Euwe, algumas pessoas envolta do tabuleiro e jogando, mas infelizmente não ficamos muito tempo, o guia estava com pressa, pois precisávamos tirar o atraso daquele dia.

E noutro momento do passeio, enquanto o pessoal entrava em lojas e mercadinhos. Eu aproveitei para observar a vida da cidade, então eu procurei um lugar, um bando de praça, para ficar observando o que estava acontecendo ao redor. Neste momento de sentinela, observei uma senhora idosa com um ar de felicidade, ou mesmo, um sentimento de liberdade, naquela senhora que devia ter mais de setenta anos. Contudo caminhava tranquilamente, andando de loja em loja sem ninguém para importuná-la. E ela seguia com a certeza de que o seu passeio era seguro. E as pessoas que passavam de bicicleta: meninas de escola, velhos com pacotes, senhores executivos bem vestidos, todos se movimentando rapidamente neste transporte singular. Cuidado com a bicicleta, elas são prioridades. Alertava o guia do grupo. Enquanto isso, de repente um pássaro veio e pousou na cabeça de uma estátua. Logo as pessoas começaram a parar, para admirar e tirar fotos, e as crianças corriam iam lá à frente e voltavam, enquanto os pais tiravam uma foto inusitada daquele monumento. E tudo na maior tranquilidade. Noutro dia, depois que o frio tinha dado uma trégua e o sol apareceu, pude observar algumas pessoas estavam deitas na grama aproveitando aquele sol de outubro, outras pessoas liam um livro no banco próximo, enquanto comiam alguma coisa e conversavam com outra pessoa muito bem acomodada na grama verde. Alguém passava fazem exercício correndo devagar bem tranquila. Que legal! A qualidade de vida é muito boa. A gente fica até pensando: cadê os meninos trombadinhas? E os assaltantes? Aqui é diferente. Este é um mundo totalmente diferente da realidade brasileira. E para encerrar esta divagação sobre o país Holandês, quando visitei uma casa típica holandesa (museu) tive a oportunidade de vê um velho e surrado tabuleiro de xadrez de caixa, que estava fechado sob uma escrivaninha da sala, e fiquei imaginando quantas partidas essa gente deve ter jogado para passar o tempo. Visto que nestas paragens o xadrez é um esporte com profissionais registrados na federação. Um jogo que conta com muitos adeptos, segundo os guias nos informaram durante os passeios.

E voltando ao xadrez diário neste ano joguei duas partidas pelo site “chess.com” contra o oponente denominado “Chaparrete”, que vive naquela bela cidade. Na primeira partida pensava que ia ganhar. Estava até sentido o gostinho da vitória, mas depois de um erro crasso tive que me conformar com o empate com gosto de derrota. O resultado das partidas foram dois empates, os quais podem ser conferidos nos diagramas a seguir. 


Partida: white "psshqib" vs black "Chaparrete" partida concluída neste mês de julho/2020.



Nesta segunda partida passei um sufoco, pois fiz alguns lances fracos na abertura. E cheguei até em pensar na possibilidade de abandonar e me dar por vencido. Contudo, resolvi permanecer e a duras penas consegui um empate, que teve o gosto de vitória, visto as circunstâncias.


Partida: white "Chaparrete" vs black "psshqib" partida concluída neste mês de julho/2020.



Uma curiosidade sobre a forma da escrita do nome da cidade deste texto. O nome da cidade escrita em português do Brasil é “Amsterdã”, e escrita em português de Portugal é “Amsterdão”. E a forma escrita na língua inglesa e holandesa é “Amsterdam”. Abaixo seguem algumas de minhas fotos da viagem.









Observação
-   Sobre a pontuação dos lances temos por unidade o “peão”. E quanto o sinal do número: se for positivo significa vantagem do time branco e se for negativo vantagem do time preto. Por exemplo: +0.50, significa que o branco tem vantagem de meio peão nesta posição; e, por exemplo: -1.00, significa que o preto tem vantagem de um peão nesta posição;

- Esta análise foi feita por mim no ambiente do "chess.com" o qual sou filiado. Espero que tenham curtido as partidas. E caso queiram jogar pela internet, temos o site "chess.com", é muito, muito divertido;

- A figura é uma composição de fotos que tirei e duas figuras de "papers" obtidos durante a viagem. Tentei encobrindo o máximo possível a imagem de outras pessoas; 

- A anotação das Peças= inglês/português:  Torre=R/T; Cavalo=N/C; Bispo=B/B; Dama=Q/D; Rei=K/R; Peão=P/P;

- As fotos apresentadas acima são algumas, que foram retiradas por mim durante a viagem. 

Referência

Informação da cidade de Amsterdã: https://en.wikipedia.org/wiki/Amsterdam




Autor: Paulo Sérgio e Silva
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