Xadrez e vida – Que surpresa a garota era faixa preta
Muitas vezes olhamos para uma posição no xadrez, que parece confortável, que não existe nada ofensivo, e de repente a situação muda. E inesperadamente a gente tem que lidar com uma situação adversa. Então, para ilustra esta situação, lembrei de um fato que aconteceu, quando estava saindo de um treino de aikido, arte marcial de origem japonesa que pratiquei até 2011. Situação na vida real semelhante a descrita no início deste texto, sobre uma posição de xadrez. Três rapazes achando que estavam numa situação controlada, diante de uma garota em apuros por causa de um pneu furado, e quando resolvem engrossar sentiram que não era bem assim, saíram em retirada.
Pratiquei aikido por onze anos. É uma arte marcial muito interessante, que traz uma visão de mundo muito forte, voltada para o relacionamento e troca de forças entre pessoas em sentidos opostos, um ataca e outro defende. Resumindo tem uma tendência muito forte direcionada para a defesa pessoal. Com o aproveitamento da energia do agressor e a transformação desta em alongamento e domínio do oponente, chegando à paz.
No treino de aikido tinha uma faixa preta, que não dava moleza aos homens. A moça loira de cabelos longos tinha uma pegada forte, e derrubava qualquer um com movimentos vigorosos. Não perdoava falhas. Tinha bom relacionamento com todos da academia. Prestava serviço de tinturaria lavando e arrumando os quimonos da turma. Quando eles vinham, pareciam novos, limpos e bem dobrados envoltos em um plástico vistoso.
Tudo calmo, mais um dia terminando e o treino também. Ao sair da academia de aikido, observei que a amiga estava com dificuldades. O carro dela estava no estacionamento com um dos pneus furado. Então, fui em direção a ela para ajudá-la, quando três rapazes apareceram, assim do nada.
Um deles disse: ─ “Sai baixinho, deixa que ajudamos a moça.” Pensei: por mim tudo bem!
Disfarcei um pouco, caminhei pelo estacionamento como se fosse para o meu carro, então voltei e fiquei observando do lado de fora da academia. Mantendo uma boa distância. Encostado na parede, fiquei pensando sobre a arrogância desses sujeitos e aquela situação no estacionamento. Prontamente, minha amiga aceitou a ajuda. Sentada estava e assim ficou. Um dos rapazes foi tirar a roda do suporte, enquanto os outros afrouxavam os parafusos do pneu. Era evidente, que eles não tinham jeito para a coisa. E a bela garota respondia as perguntas deles, enquanto afrouxavam os parafusos. Até que um outro gritou: ─ “cadê o macaco? O carro era para estar suspenso.”
E correram para encaixar o macaco, mas antes disso o pneu soltou e o carro foi ao chão. Então, tiveram que suspender o Buggy e pôr a roda de volta. Essa troca de pneu já durava quase meia hora. O telefone de minha amiga tocou. Era a mãe dela, para saber qual o motivo da demora. E ela continuou conversando com a mãe sobre o que deveriam fazer mais tarde. Enquanto, os rapazes lutavam com o encaixe dos parafusos das rodas, ora um encaixava, mas outro ficava fora do esquadro do furo. Então, retiravam tudo e recomeçavam novamente. E o macaco não estava bem firme. E tendia a ceder.
Até que a moça soltou a seguinte frase: ─ “Mãe, estes otários estão tentando trocar o pneu do meu carro há mais de meia hora. Quando eles conseguirem chegou aí.”
Um deles falou: ─ “quem são os otários?”
Pensei, agora a coisa vai engrossar. Ainda bem que ela é faixa preta, mas será que damos conta de três? E os rapazes começaram a discutir com a garota sobre o tratamento dado. Até o momento em que ela ficou em pé. E viram que se tratava de uma faixa preta.
Disse um deles, surpreso. ─ Eita! Veja, faixa preta!
Nesse momento um outro rapaz soltou a chave de roda, que tilintou no chão, e foi se afastando. Os outros dois o chamaram. Saíram gritando xingamentos, insultos e fazendo gestos obscenos. Depois deste entrevero. Ela sentou no carro e logo se acalmou fazendo um gesto como se estivesse pensando. Então, aproximei e falei se queria ajuda. Ela apenas acendeu com a cabeça, e ficou olhando.
Que coisa fácil, o trabalho pesado já tinha sido feito. Agora era só encaixar as rodas nos eixos, colocar um parafuso depois o outro, fixando o segundo parafuso do lado oposto do primeiro. Fazendo um X. Também, eles estavam tentando colocar os parafusos do lado errado da roda. Isto é, do lado contrário, deste jeito não daria certo nunca. Não deu dois minutos e o “baixinho” aqui conseguiu montar o pneu de forma certa. O pneu furado já estava no carro, apenas tirei o macaco e coloquei a chave de roda no seu devido lugar. E ela disse um: ─ “Oba! Ligou o carro e foi embora.”
Pensei com meus botões: ─ “nem agradeceu.”
No dia seguinte, apenas me cumprimentou, como sempre, nem falou nada. Fomos para o treino. Quando fui pegar os quimonos limpos, que eu tinha contratado. Surpresa! No momento do pagamento do serviço de lavagem dos meus quimonos, fui informado que nesta semana, eu tinha direito a 50% de desconto. Era um forma de agradecimento pela ajuda de ontem.
Veja que os rapazes pensavam que estavam com uma situação controlada, mas não tinham o conhecimento necessário para trocar um pneu de um Buggy e achavam que a garota era apenas uma indefesa mulher. Também, não sabiam qual a arte marcial que ela praticava. Foram pegos de surpresa.
Assim, também é no mundo do xadrez. Para não ser surpreendido, você deve ter uma rotina de estudo, nem que seja 15 minutos diários. Mesmo se for participar de torneios de xadrez do bairro ou da cidade, pode aumentar este tempo conforme sua disponibilidade, isso é o mínimo. Mas, se for para brincar precisa manter uma prática diária para não ficar soltando as peças todo movimento. A internet está cheia de sites legais para prática do xadrez. Então, o conhecimento é fundamental para a prática deste magnífico jogo. Bem como qualquer atividade que queira ser bem-sucedido na vida real. Fazendo isso, quem sabe? Não consegue uns benefícios no final das contas.
Referência
(1) Site que sou filiado, caso queira jogar xadrez esta é uma ótima plataforma https://www.chess.com
Autor: Paulo Sérgio e Silva
\PSS
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